Fonte: Caijing Magazine
Em uma entrevista recente com Mark, editor executivo da Caijing Magazine, Li Zhenguo, fundador e presidente da LONGi, abordou preocupações do mercado sobre a estrutura de mercado da empresa, a escolha do seu roadmap tecnológico e o cenário competitivo da indústria fotovoltaica (FV).
Veja os principais trechos dessa conversa:
1. Estrutura de mercado
P: Os fundamentos da indústria permanecem inalterados. Por que a LONGi está confiante no crescimento?
Li Zhenguo: Em 2024, a LONGi implementou três ajustes importantes. Primeiro, alcançamos avanços na tecnologia de células BC (Back Contact) de segunda geração. Até o segundo semestre de 2025, teremos 50GW de capacidade própria de células BC, além de cerca de 10GW por meio de parcerias, totalizando 60GW — tornando este o produto FV mais avançado do mundo em produção em massa. Segundo, otimizamos a eficiência organizacional, eliminando redundâncias e aprimorando as capacidades das equipes. Terceiro, a empresa definiu claramente seu posicionamento estratégico além da fabricação de módulos. Continuará a expandir aplicações baseadas em cenários, incluindo soluções de armazenamento de energia solar e o desenvolvimento de projetos de hidrogênio, amônia e metanol.
2. Escolha do roadmap tecnológico
P: Por que a LONGi está confiante nas células BC, apesar das dúvidas do mercado?
Li Zhenguo: O princípio físico é simples: as linhas de grade na face frontal bloqueiam a luz solar. Ao transferir os eletrodos para a parte traseira, as células BC eliminam perdas por sombreamento, aumentando a eficiência. No entanto, a complexidade técnica e os altos custos anteriormente dificultaram a adoção pela indústria. A LONGi passou de 7 a 8 anos inovando para superar esses desafios. A tecnologia BC representa um marco na história da FV, superando até o silício monocristalino em dificuldade técnica.
P: Custos e rendimento das células BC estão resolvidos?
Li Zhenguo: Totalmente resolvidos. Nossos produtos BC de segunda geração agora atingem rendimentos superiores a 98%, comparáveis ou até melhores que os do TOPCon. Os indicadores de custo da BC ficarão evidentes nos relatórios financeiros do terceiro e quarto trimestres. Um ponto notável é que o design de eletrodos coplanares da BC permite configurações de bypass mais simples, melhorando inesperadamente a segurança dos módulos — uma vantagem que inicialmente não prevíamos. Projetamos que as células BC alcançarão mais de 30% de participação de mercado até 2028 e superarão 50% até 2030.
P: Planos de contingência caso a BC não atinja o esperado?
Li Zhenguo: Não existe cenário no qual “a tecnologia BC falhará”, porque perseguiremos continuamente soluções superiores e novos avanços tecnológicos. Nos últimos sete a oito anos, embora os produtos BC de primeira geração tenham atendido todas as metas técnicas projetadas, o TOPCon avançou em um ritmo mais rápido, fazendo com que a BC parecesse menos competitiva inicialmente. No entanto, por meio de pesquisa e desenvolvimento contínuos, nossos produtos BC de segunda geração amadureceram e superaram o TOPCon. As próximas gerações entregarão eficiências ainda maiores. Embora a primeira geração da BC não fosse competitiva para produção em massa, ela estabeleceu fundamentos tecnológicos críticos para a plataforma BC, permitindo o lançamento bem-sucedido da segunda geração.
A LONGi segue um princípio que chamamos de “pesquisa ampla, implementação focada”. Isso significa manter a exploração paralela de múltiplas rotas tecnológicas durante o P&D. Portanto, não existe “beco sem saída” para a tecnologia BC — estamos desenvolvendo soluções alternativas simultaneamente.
P: O que vem depois da tecnologia BC?
Li Zhenguo: As células de silício monocristalino estão se aproximando do limite teórico de 29,4% de eficiência, com os laboratórios chegando perto de 28% e a produção em massa por volta de 27%. As células tandem surgem como a próxima fronteira para redução de custos. No entanto, a tecnologia tandem baseada em perovskita ainda é imatura, com viabilidade de engenharia não comprovada.
3. Vantagens competitivas da indústria fotovoltaica chinesa
P: Como a indústria FV da China alcançou uma posição de liderança global?
Li Zhenguo: Essa conquista resulta da dedicação incansável dos profissionais de FV da China e reflete o espírito trabalhador da nossa nação. Além disso, a tecnologia FV permaneceu amplamente open-source na última década. As inovações rapidamente se tornam conhecimento comum na indústria, com as novas tecnologias sendo disseminadas por todo o setor por meio de fornecedores de equipamentos e matérias-primas.
Sobre a LONGi
Fundada em 2000, a LONGi está comprometida em ser a empresa líder em tecnologia solar do mundo, focando na criação de valor orientada pelo cliente para a transformação completa do cenário energético.
Sob sua missão de 'fazer o melhor uso da energia solar para construir um mundo sustentável', a LONGi se dedica à inovação tecnológica e possui diversas frentes de atuação, incluindo wafer monocristalino, células e módulos, soluções solares para os setores comercial e industrial, soluções em energia renovável e equipamentos para hidrogênio. A empresa fortalece constantemente sua capacidade de fornecer energia sustentável e, mais recentemente, expandiu sua atuação para produtos e soluções de hidrogênio verde, contribuindo para o avanço da descarbonização global. www.longi.com/br/