As Terras Indígenas da Amazônia Brasileira são verdadeiras fortalezas ambientais, fundamentais para a preservação da biodiversidade. No entanto, essas regiões enfrentam desafios históricos de acesso a serviços básicos. Frequentemente descritas como "ilhas verdes", essas áreas estão sob pressão constante de ameaças como o desmatamento, a mineração ilegal e a exclusão social.
Segundo o Instituto Kabu, aproximadamente 79 mil indígenas na Amazônia Legal ainda vivem sem acesso à eletricidade, dependendo majoritariamente de geradores a diesel — fontes poluentes, barulhentas e de difícil manutenção. A internet de banda larga também é escassa, limitando o acesso à educação, à saúde e à geração de renda. Somado a isso, o financiamento federal para a saúde indígena teve uma redução de quase 20% nos últimos anos, agravando ainda mais a vulnerabilidade dessas populações.
Energia solar como ponto de virada: nasce o Projeto Conexão Kayapó
Diante desse cenário, surgiu o Projeto Conexão Kayapó — uma iniciativa inovadora que une empresas, organizações sociais e as próprias comunidades indígenas em uma missão conjunta de levar energia renovável, conectividade e serviços essenciais às aldeias da região. O objetivo é reduzir desigualdades estruturais, fortalecer a autonomia dos povos originários e criar um novo modelo de desenvolvimento sustentável, alinhado à proteção ambiental e com respeito à cultura e aos modos de vida ancestrais.
Desde novembro de 2024, casas, escola, posto de saúde e centros comunitários da aldeia Pykany, do povo Kayapó funcionam com energia solar, armazenada em baterias, substituindo os antigos geradores a diesel.
Solução sustentável e eficiente: energia solar com armazenamento
Foram instalados 35 Sistemas Individuais de Geração de Energia com Fonte Intermitente (SIGFI), compostos por módulos fotovoltaicos e baterias. A LONGi, líder global em tecnologia solar, contribuiu com 100 painéis solares Hi-MO X6, dentro de seu programa internacional "Solar for All". As baterias foram fornecidas pela Moura, assegurando autonomia energética em uma região fora do sistema elétrico nacional.
A solução, implantada pela Comerc Energia e pela MicroPower, conta ainda com a parceria do Instituto Aya, do Instituto Kabu e do Instituto A Gente Transforma. Juntas, essas organizações levaram infraestrutura de com uma solução que evita desmatamentos para linhas de transmissão e exige baixa manutenção.

Com energia, vem autonomia: impactos na vida das mulheres e da aldeia
Com acesso contínuo à energia, as mulheres da aldeia ganharam mais tempo e segurança para atividades econômicas e sociais. “Antes, era preciso cortar lenha, carregar tudo no braço e acender uma fogueira dentro de casa para ter luz. Isso causava muitos problemas respiratórios”, conta Iretynh Kayapó, coordenadora do projeto Menire, voltado à geração de renda feminina. “Hoje, podemos fazer artesanato à noite e descansar mais durante o dia.”

Os homens da aldeia, por sua vez, reduziram o tempo dedicado à caça e pesca, o que abriu espaço para novos planos econômicos, como a criação de uma beneficiadora de arroz e o cultivo e comercialização de cacau.
Tecnologia a serviço da saúde, segurança e educação
A energia também trouxe conectividade, revolucionando o acesso à saúde, educação e segurança. Agora é possível o uso de sistemas de comunicação em tempo real, fundamentais para a vigilância do território, que protege mais de 10 milhões de hectares de floresta (uma área maior que Portugal).
Podendo conectar seus equipamentos à rede elétrica solar, ONGs como os Doutores da Amazônia passaram a oferecer atendimento médico e odontológico com maior eficiência. A conectividade também permite o uso de inteligência artificial e telemedicina, acelerando diagnósticos, encaminhamentos e garantindo maior frequência nos atendimentos, uma das principais lacunas na saúde indígena.

Um modelo replicável
Mais do que um projeto de eletrificação, o Conexão Kayapó é um exemplo de transformação social e ambiental. Ele une tecnologia de ponta ao sabedoria tradicional, promovendo justiça social e ampliando a capacidade de gestão dos próprios territórios pelas comunidades indígenas.
A LONGi se orgulha em fazer parte dessa coalizão, ao lado de clientes e parceiros, contribuindo com tecnologia de alta performance aplicada em contextos humanitários. A iniciativa reforça o compromisso da empresa com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e com a democratização da energia limpa em escala global.
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Nota: Esta notícia traz referências de matérias assinadas por Naiara Bertão, publicadas no Valor Econômico, após visita ao projeto realizada a convite da Comerc Energia. Fotos por Matheus Melo.
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Sobre a LONGi
Fundada em 2000, a LONGi está comprometida em ser a empresa líder em tecnologia solar do mundo, focando na criação de valor orientada pelo cliente para a transformação completa do cenário energético.
Sob sua missão de 'fazer o melhor uso da energia solar para construir um mundo sustentável', a LONGi se dedica à inovação tecnológica e possui diversas frentes de atuação, incluindo wafer monocristalino, células e módulos, soluções solares para os setores comercial e industrial, soluções em energia renovável e equipamentos para hidrogênio. A empresa fortalece constantemente sua capacidade de fornecer energia sustentável e, mais recentemente, expandiu sua atuação para produtos e soluções de hidrogênio verde, contribuindo para o avanço da descarbonização global. www.longi.com/br/